Olá Pedro,

Foi pouco depois de falarmos ao telefone. Encontrei-as
(juntamente com outra "irmãzinha" e uma mãe desesperada, que tentava
desviar-me a atenção) quando ontem fui prospectar uma lagoa que um amigo
caçador me havia falado há uns meses atrás; em que me informava
ter observado "mais de 300 patos, de várias espécies" e, inclusive,
"dois gansos", que ele não soubera identificar... Na altura tive vontade
de visitar o local mas, o mau tempo que tem feito e a dificuldade de
acesso ao local (tem de se subir um cabeço muito íngreme, pelo meio de
uma densa mata de criptoméria, forrada de rapa e urze) fizeram-me adiar
este propósito... Ontem recebi um telefonema dele, a informar-me que
tinha ido lá na segunda-feira passada e tinha voltado a ver muitos patos
e, perguntava-me, se era "normal" nesta altura do ano. Respondi-lhe que
não, que já era um bocado tarde, e fiquei de dar lá uma saltada para
tirar esta história a limpo. Fui lá ao fim da tarde. E ele tinha razão.
Contei 82 marrequinhas e 1 marrequinha-americana. De facto não esperava
observar números desta dimensão quase em meados de Abril... Penso que o
mau tempo continuado tem atrasado a partida de muitos migradores, mas
ainda assim achei surpreendente, até porque os patos do Paul da Praia
(que é um local de referência) já partiram quase todos há umas duas
semanas, restando apenas duas piadeiras.
Quanto às crias de galinhola da foto, dão-nos motivos
para ter esperança, pois embora este início de Primavera tenha sido
muito nefasto, com cheias e alagamento de terrenos, para os
ninhos/ninhadas, sobretudo das espécies que nidificam no solo, sabemos
que algumas têm desembaraço suficiente para sobreviver...
Um abraço
C Pereira